“Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” — (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, 15, versículo 19.)
O exame do versículo fornece ao estudioso explicações muito claras.
É natural confiar em Cristo e aguardar nEle, mas que dizer da angústia da alma atormentada no círculo de cuidados terrestres, esperando egoisticamente que Jesus lhe venha satisfazer os caprichos imediatos?
Seria razoável contar com o Senhor tão-só nas expressões passageiras da vida fragmentária?
É indispensável descobrir a grandeza do conceito de “vida”, sem confundi-lo com “uma vida”.
Existir não é viajar da zona de infância, com escalas pela juventude, madureza e velhice, até ao porto da morte; é participar da Criação pelo sentimento e pelo raciocínio, é ser alguém e alguma coisa no concerto do Universo.
Na condição de encarnados, raros assuntos confundem tanto como os da morte, interpretada erroneamente como sendo o fim daquilo que não pode desaparecer.
É imprescindível, portanto, esperar em Cristo com a noção real da eternidade. A filosofia do imediatísmo, na Terra, transforma os homens em crianças.
Não vos prendais à idade do corpo físico, às circunstâncias e condições transitórias. Indagai da própria consciência se permaneceis com Jesus. E aguardai o futuro, amando e realizando com o bem, convicto de que a esperança legítima não é repouso e, sim, confiança no trabalho incessante.
Livro: Caminho,Verdade e Vida
Chico Xavier/Emmanuel
Francisco Rebouças