“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Precisamos modificar nossa visão da Vida

A cada momento que vivenciamos alguma experiência significativa para nosso aperfeiçoamento moral na vida presente, nos defrontamos com nossas realidades mais íntimas, que nos trazem à tona as incertezas e temores a denunciarem que quase sempre vivemos de aparências, e nos convidam a longas e sinceras reflexões, pois, toda e qualquer atitude mental nossa produz um condicionamento que hoje ou depois se revela, deixando transparecer a realidade do nosso estado de espírito.
Registramos dessa forma, a história dos nossos dias através do comportamento físico, mental ou moral que nos permitimos eleger em todas as circunstâncias da vida. Quase sempre essas escolhas nos trazem surpreendentes lições desagradáveis, alertando-nos para a necessidade de caminhar por estradas mais compatíveis com a colheita que desejamos realizar no futuro.
Cabe-nos desse modo, não desconsideremos as responsabilidades que assumimos em todas as situações de contatos nas relações pessoais para nos mantermos em paz perante a consciência, no sentido de colaborar da melhor forma possível para a conquista da felicidade que almejamos, evitando deslizes, por mais satisfatórias nos pareçam às ocasiões de compactuar, promover ou nos tornar instrumento de equívocos e erros.
Colheremos amanhã o fruto de nossa plantação presente pelas rotas que nós mesmos abrimos; o dissabor de agora, reflete o ontem, e o amanhã será sempre resultado do hoje, assim sendo, pensar, falar, agir com retidão são normas de segurança, refletindo equilíbrio e amadurecimento espiritual.
Os amigos Espirituais nos ministram seus conhecimentos solidificados pelas experiências que já adquiriram com o salutar objetivo, não só de nos advertir, mas também, de elucidar nossas dúvidas, contribuindo cristãmente com suas mensagens e seus exemplos de tudo que vivenciaram quando de suas passagens pelo nosso planeta ou por outros tantos existentes, para a fertilização nos corações de seus irmãos em humanidade a semente de construção da Era Nova do Espírito Imortal.
O Evangelho Segundo o Espiritismo é um manancial de bênçãos a nos guiar pelas estradas seguras da moral exemplificada por Jesus, nosso modelo e guia, conforme segue.
  • “A lei de amor
O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência, e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. Em sua origem, o homem só tem instintos; quando mais avançado e corrompido, só tem sensações; quando instruído e depurado, tem sentimentos. E o ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações e todas as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade, ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! ditoso aquele que ama, pois não conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiros os pés e vive como que transportado, fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra -amor, os povos sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo.
O Espiritismo a seu turno vem pronunciar uma segunda palavra do alfabeto divino. Estai atentos, pois que essa palavra ergue a lápide dos túmulos vazios, e a reencarnação, triunfando da morte, revela às criaturas deslumbradas o seu patrimônio intelectual. Já não é ao suplício que ela conduz o homem: condu-lo à conquista do seu ser, elevado e transfigurado. O sangue resgatou o Espírito e o Espírito tem hoje que resgatar da matéria o homem.
Disse eu que em seus começos o homem só instintos possuía. Mais próximo, portanto, ainda se acha do ponto de partida, do que da meta, aquele em quem predominam os instintos. A fim de avançar para a meta, tem a criatura que vencer os instintos, em proveito dos sentimentos, isto é, que aperfeiçoar estes últimos, sufocando os germes latentes da matéria. Os instintos são a germinação e os embriões do sentimento; trazem consigo o progresso, como a glande encerra em si o carvalho, e os seres menos adiantados são os que, emergindo pouco a pouco de suas crisálidas, se conservam escravizados aos instintos. O Espírito precisa ser cultivado, como um campo. Toda a riqueza futura depende do labor atual, que vos granjeará muito mais do que bens terrenos: a elevação gloriosa. E então que, compreendendo a lei de amor que liga todos os seres, buscareis nela os gozos suavíssimos da alma, prelúdios das alegrias celestes. – Lázaro. (Paris, 1862.)”
São experiências que se transformam em lições de nobres e edificantes conceitos de vida, que retratam sabedoria, promovem e libertam o homem de seus atavismos, sempre inspiradas nas lições e exemplos da vida daquele que nos afirmou ser o Caminho a Verdade e a Vida.
Resta-nos ter a conveniente sabedoria e disposição para meditarmos nessas lições simples e sábias, em conceitos formosos à luz do Espiritismo, e aprendermos com Jesus a fixar no recesso da alma as lições vivas e atuantes do bem sem limite e do amor incessante e incondicional, a benefício da nossa própria iluminação a caminho da angelitude.
Francisco Rebouças
Bibliografia:1- Kardec, Allan. Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XI, Amar o Próximo como a si Mesmo, item 8.
Francisco Rebouças