“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

domingo, 29 de junho de 2014

Matar o Tempo?

 
A velha expressão popular “matar o tempo” re­flete a inconsciência vulgar, e a irresponsabilidade do homem para com o mais valioso bem que a Divindade concedeu ao homem para seu aprimoramento e para a construção responsável de sua própria felicidade.
Dessa forma, o tempo não é concedido ao homem para ser negligenciado ou desperdiçado de maneira irresponsável, mas para ser nobremente aproveitado na construção e conquista da paz e da pureza espiritual a que estamos destinados.
Trabalhemos irmãos, com seriedade, disciplina e dedicação em prol do nosso progresso intelectual e moral, na implementação em nosso mundo íntimo de um "Amor que saiba e de uma Sabedoria que Ame".

Francisco Rebouças

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Não descarregues o teu azedume...

 
  Não descarregues o teu azedume, conflitos e recalques nos servidores da tua casa, do teu trabalho, da tua esfera social.

   Eles já sofrem o suficiente, dispensando a carga de amargura e mal-estar que lhes destinas.

  Coloca-te no lugar deles e verás quanto gostarias de receber gentilezas, ter atenuadas as humilhações que passasses, as dores que carpisses...

  São teus irmãos carentes.

  Se te fazem grosserias e são rudes, educa-os com o silêncio e a bondade.

  Eles desconhecem as boas maneiras, necessitando do teu exemplo.
 
Livro: Vida Feliz
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis
 
Francisco Rebouças

domingo, 22 de junho de 2014

Precisamos saber escolher

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram!
(S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)
Muitas pessoas, até mesmo no meio espírita, interpretam ao pé da letra essa passagem do evangelho de Mateus, sobre a porta estreita, por entenderem que o homem foi punido pelo cometimento do pecado original, em desobediência aos desígnios de Deus, fazendo por merecer esse justo castigo da perda do paraíso, o que exigirá da criatura grandes esforços, para os suplícios e martírios com que Deus resolveu castigá-lo. 
Continuam com a velha e viciada visão do Deus cruel, vingador, irracível, que se vingava de quem não cumprisse suas determinações, condenando o desgraçado por sua desobediência a castigos dignos do mais violento e desumano carrasco terrestre, sem levar em conta certas circunstâncias, como por exemplo, quando alguém cometia algo contrário às suas Leis por pura ignorância, ou até mesmo por ter aprendido com alguém de maneira errada, e proceder conforme o que conhecia; pensamento esse, fruto do ensino religioso ultrapassado e sem coerência a que sempre esteve submetido. 
Dessa forma, estaria o pobre coitado submetido à fúria cruel e irracional do “Deus” que deveria ser seu pai amoroso e compreensivo dando-lhe exemplo de mansuetude, paz, harmonia, amor, etc., etc., e que na verdade, não passa de alguém tão ou mais violento e vingador quanto ele próprio. Para desfazer esse terrível equívoco, a sabedoria divina nos enviou o Consolador Prometido por Jesus e, no Evangelho Segundo o Espiritismo, desfrutamos da oportunidade sublime de aprender a ver e interpretar essa mesma passagem de Mateus com ótica bem diferente. 
Se nós como pais, com a nossa acanhada visão espiritual, não aceitamos condenar um filho nosso que tenha caído em erro, pois lhes concedemos sempre nova oportunidade recuperar o erro cometido, e até mesmo assumimos muitos desses erros, quitando o débito com o outro a quem nosso filho contraiu a dívida, para não assistirmos sua desventura, quanto mais esse Pai criador de tudo e de todos, detentor de todas as virtudes em grau absoluto.
Explicam-nos os mensageiros da boa-nova, nessa incomparável doutrina dos espíritos, que é estreita a porta da salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se dispõem a fazer, e que é larga a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más que ainda trazemos arraigadas em nosso espírito milenar, e por isso mesmo o maior número de criaturas envereda pelo caminho do mal na hora que é chamado a escolher o caminho a trilhar usando o seu livre arbítrio, e assumindo, portanto as consequências das suas escolhas, representando para nós o complemento da máxima: "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”. 
Sendo a Terra mundo de expiação, nela predomina o mal. Quando se achar transformada, a estrada do bem será a mais frequentada. Aquelas palavras devem, pois, entender-se em sentido relativo e não em sentido absoluto. Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade, teria Deus condenado à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e bondade. 
Mas, de que delitos esta Humanidade se houvera feito culpada para merecer tão triste sorte, no presente e no futuro, se toda ela se achasse degredada na Terra e se a alma não tivesse tido outras existências? Por que tantos entraves postos diante de seus passos? Por que essa porta tão estreita que só a muito poucos é dado transpor, se a sorte da alma é determinada para sempre, logo após a morte? Assim é que, com a unicidade da existência, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga; faz-se luz sobre os pontos mais obscuros da fé; o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado, e só então se pode compreender toda a profundeza, toda verdade e toda sabedoria das máximas do Cristo. 
Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus. 
No Capítulo VI, do Evangelho Segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador, João XIV, vv.15 a 17 e 26, o Espírito de Verdade, vem nos trazer os esclarecimentos que nos faltavam a cerca do assunto afirmando-nos: “Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade”. 
Em vista de tantos esclarecimentos, trazidos a lume pelo insigne codificador do espiritismo, através do trabalho de implantação da verdade entre nós, realizado por Jesus e seus diletos colaboradores da esfera mais alta da espiritualidade superior, para que tenhamos conhecimento da verdade, pois só ela será capaz de nos libertar de nossa secular ignorância, dediquemo-nos, a estudá-la com disposição, e sincera intenção de apreender seus luminosos ensinamentos com disciplina e boa-vontade, e certamente compreenderemos por fim, que Deus é manancial inesgotável de amor em benefício de todas as suas criaturas.                                             
 
                                                                                                      Francisco Rebouças.