A casa Espírita e os primeiros socorros
Sendo o Espiritismo o “Consolador” prometido por Jesus, sua primeira função é justamente consolar, isto é, fornecer o que lhe for favorável ao atendimento de sua urgente carência. Posteriormente, estando o indivíduo em melhor situação em relação ao instante de sua chegada, procurar transmitir-lhe as adequadas orientações para seu caso, pois, para que alguém absorva os esclarecimentos necessários ao seu aprendizado, é preciso esteja em sua normalidade física, isto é, que esteja saudável, equilibrado, em condições de ouvir e entender o que lhe esteja sendo transmitido.
Efetuado o atendimento de “emergência”, faz-se, imprescindível, que o tarefeiro espírita esteja devidamente preparado para saber encaminhar o irmão, agora já em melhores condições, para as outras atividades da casa, onde melhor lhe possam ser oferecidos consolo e esclarecimento, quer seja encaminhando-o ao atendimento fraterno ou às reuniões doutrinárias e, se já for o caso, aos grupos de estudo da casa, que deve ser o objetivo primordial de qualquer atendimento nas casas espíritas, para que ele se equipe de informações pertinentes ao seu estado de Ser Imortal, criado para a felicidade e para a perfeição e que só dele depende alcançar esse objetivo de todo discípulo de Jesus e, particularmente, de todos os seguidores da Doutrina Espírita.
Dessa forma, faz-se urgente que as instituições espíritas dediquem-se à formação e preparação de grupos de tarefeiros, destinados a esse mister, evitando assim, que a prática da “caridade” seja simplesmente voltada aos sofrimentos físicos, o que pode transformá-lo em eterno carente, incapaz de aproveitar as oportunidades que a vida lhe concede. E procurar alertá-lo para a responsabilidade de progredir e se aperfeiçoar, pois a verdadeira caridade tem como meta prioritária o Espírito, fadado à felicidade e à perfeição.
Precisamos observar que a caridade precisa ser exercida com sabedoria e com amor, em perfeito equilíbrio, pois, efetuada sem o concurso do amor, é como marco no deserto escaldante que aponta o caminho de saída ao viajante exausto, mas não lhe retira a sede do momento, ao passo que, efetuada sem a presença da sabedoria, poderia se transformar em água cristalina, em lugar escuro, que retira a sede do viajante, mas não lhe dá o caminho de saída.
Sobre o assunto, o benfeitor Emmanuel esclarece-nos:
“Procuremos alicerçar a fé na bondade, para que nossa fé não se converta em fanatismo, mas isso não basta. É forçoso coroar a fé e a bondade com a luz do conhecimento.”
“Todos necessitamos esperar no Infinito Amor, todavia, será justo aprender “como”; todos devemos ser bons, contudo, é indispensável saber “para quê”.
“Eis a razão pela qual se nos impõe o estudo em todos os lances da vida, porquanto, confiar realizando o melhor e auxiliar na extensão do eterno bem, realmente demanda discernir.”.¹
Que o Mestre de Nazaré nos inspire em nossas ações em prol do bem e da paz, hoje e sempre.
Francisco Rebouças