“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

POR UM POUCO

  “Escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que por um pouco de tempo ter o gozo do pe­cado.” — Paulo. (HEBREUS, capítulo 11, versículo 25.)

Nesta passagem refere-se Paulo à atitude de Moisés, abstendo-se de gozar por um pouco de tem­po das suntuosidades da casa do Faraó, a fim de consagrar-se à libertação dos companheiros cativos, criando imagem sublime para definir a posição do espírito encarnado na Terra.


“Por um pouco”, o administrador dirige os inte­resses do povo.


“Por um pouco, o servidor obedece na subal­ternidade.


“Por um pouco”, o usurário retém o dinheiro.


“Por um pouco”, o infeliz padece privações.


Ah! se o homem reparasse a brevidade dos dias de que dispõe na Terra! se visse a exiguidade dos recursos com que pode contar no vaso de carne em que se movimenta!...


Certamente, semelhante percepção, diante da eternidade, dar-lhe-ia novo conceito da bendita opor­tunidade, preciosa e rápida, que lhe foi concedida no mundo.


Tudo favorece ou aflige a criatura terrestre, sim­plesmente por um pouco de tempo.


Muita gente, contudo, vale-se dessa pequenina fração de horas para complicar-se por muitos anos.


É indispensável fixar o cérebro e o coração no exemplo de quantos souberam glorificar a romagem apressada no caminho comum.


Moisés não se deteve a gozar, “por um pouco”, no clima faraônico, a fim de deixar-nos a legislação justiceira.


Jesus não se abalançou a disputar, nem mesmo “por um pouco”, em face da crueldade de quantos o perseguiam, de modo a ensinar-nos o segredo divi­no da Cruz com Ressurreição Eterna.


Paulo não se animou a descansar “por um pou­co”, depois de encontrar o Mestre às portas de Damasco, de maneira a legar-nos seu exemplo de trabalho e fé viva.


Meu amigo, onde estiveres, lembra-te de que aí permaneces “por um pouco” de tempo. Modera-te na alegria e conforma-te na tristeza, trabalhando sem cessar, na extensão do bem, porque é na demons­tração do “pouco” que caminharás para o “muito” de felicidade ou de sofrimento. 


Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel 

Francisco Rebouças

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

ACONSELHAR

“Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o.” - Paulo – Tito: - 3-10. 

O ato de aconselhar tem a sua época própria, à maneira de todas as cousas.

Muitos aprendizes costumam esquecer que se encontram no mundo em serviço de retificação do pretérito e de auto iluminação, estacionando em falsos caminhos.

Insistentemente consultados, não percebem a trama sutil que lhes detém os passos e, quando não regressam à vigilância, vão olvidando inconscientemente a si mesmos.

A preguiça sempre se orgulhou de encontrar uma advogada na complacência fácil.

E conferindo-lhe posição de superioridade, nela se apoia para a dilatação de todos os erros.

A primeira deseja uma companhia para os maus caminhos; a segunda aprova, em vista da falsa situação de destaque em que foi colocada.

Daí o veneno sutil da ociosidade que sempre busca os conselhos de sua mentora, para fazer, em seguida, às ocultas, que bem entende, voltando sempre a se aconselhar novamente.

Reportando-nos ao ensinamento de Paulo, não queremos fizer que a rebeldia ou a ignorância devam ser sumariamente condenadas, quando a própria heresia, tem, por vezes, a sua tarefa.

Elas merecem uma ou outra admoestação, devem ser credoras de nossa atividade fraternal, mas passado o tempo em que nosso concurso era suscetível de lhes restaurar as estradas, não será justo dar-lhes força para a irreflexão.

Temos, igualmente, o nosso roteiro e as nossas experiências.

Estacionar com elas na falsa atitude de conselheiros seria desempenhar o papel da complacência frente à ociosidade criminosa. 

Livro: Levantar e Seguir
Chico Xavier/Emmanuel 

Francisco Rebouças

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pelas Obras

"E que os tenhais em grande estima e amor por causa da sua obra". - Paulo. (I TESSALONICENSES, 5:13).
Esta passagem de Paulo, na Primeira Epístola aos Tessalonicenses, é singularmente expressiva para a nossa luta cotidiana.
Todos experimentamos a tendência de consagrar a maior estima apenas àqueles que leiam a vida pela cartilha dos nossos pontos de vista. Nosso devotamento é sempre caloroso para quantos nos esposem os modos de ver, os hábitos enraizados e os princípios sociais; todavia, nem sempre nossas interpretações são as melhores, nossos costumes os mais nobres e nossas diretrizes as mais elogiáveis.
Daí procede o impositivo de desintegração da concha do nosso egoísmo para dedicarmos nossa amizade e respeito aos companheiros, não pela servidão afetiva com que se liguem ao nosso roteiro pessoal, mas pela fidelidade com que se norteiam em favor do bem comum.
Se amamos alguém tão-só pela beleza física, é provável encontremos amanhã o objeto de nossa afeição a caminho do monturo.
Se estimamos em algum amigo apenas a oratória brilhante, é possível esteja ele em aflitiva mudez, dentro em breve.
Se nos consagramos a determinada criatura só porque nos obedeça cegamente, é provável estejamos provocando a queda de outros nos mesmos erros em que temos incidido tantas vezes.
É imprescindível aperfeiçoar nosso modo de ver e de sentir, a fim de avançarmos no rumo da vida Superior.
Busquemos as criaturas, acima de tudo, pelas obras com que beneficiam o tempo e o espaço em que nos movimentamos, porque, um dia, compreenderemos que o melhor raramente é aquele que concorda conosco, mas é sempre aquele que concorda com o Senhor, colaborando com ele, na melhoria da vida, dentro e fora de nós.
 
Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel
 
Francisco Rebouças

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ante o sublime

“Não faças tu comum o que Deus purificou.” – (Atos, 10:15.)

Existem expressões no Evangelho que, à maneira de flores a se salientarem num ramo divino, devem ser retiradas do conjunto para que nos deslumbremos ante o seu brilho e perfume peculiares.

A voz celeste, que se dirige a Simão Pedro, nos Atos, abrange horizontes muito mais vastos que o problema individual do apóstolo.

O homem comum está rodeado de glórias na Terra, entretanto, considera-se num campo de vulgaridades, incapaz de valorizar as riquezas que o cercam.

Cego diante do espetáculo soberbo da vida que lhe emoldura o desenvolvimento, tripudia sobre as preciosidades do mundo, sem meditar no paciente esforço dos séculos que a Sabedoria Infinita utilizou no aperfeiçoamento e na seleção dos valores que o rodeiam.

Quantos milênios terá exigido a formação da rocha?

Quantos ingredientes se harmonizam na elaboração de um simples raio de sol?

Quantos óbices foram vencidos para que a flor se materializasse?

Quanto esforço custou a domesticação das árvores e dos animais?

Quantos séculos terá empregado a Paciência do Céu na estruturação complexa da máquina orgânica em que o Espírito encarnado se manifesta?

A razão é luz gradativa, diante do sublime.

Não te esqueças, meu irmão, de que o Senhor te situou a experiência terrestre num verdadeiro paraíso, onde a semente minúscula retribui na média do infinito por um e onde águas e flores, solo e atmosfera te convidam a produzir, em favor da multiplicação dos Tesouros Eternos.

Cada dia, louva o Senhor que te agraciou com as oportunidades valiosas e com os dons divinos.

Pensa, estuda, trabalha e serve.

Não suponhas comum o que Deus purificou e engrandeceu.

Livro: Fonte Viva
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças

domingo, 17 de agosto de 2014

Acredita em ti mesmo!

Acredita em ti mesmo!

Não deixes que sutilmente a ideia de fracasso tente te fazer desperdiçar os créditos de tempo depositado em tuas mãos. Não dispenses a certeza de que podes trabalhar e servir, auxiliar e melhorar, renovar e reconstruir, crescer e progredir sempre mais a cada dia.

Não penses que Deus te dispensa do bem que já te é possível realizar, em teu próprio benefício, do próximo e da vida.
 
Deus é a Soberana Luz do Universo, mas tu também podes acender uma vela e clarear o caminho equivocado trilhado por muita gente dentro da noite escura da ignorância e do sofrimento. 

Francisco Rebouças

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

ESTUDANDO O ESPIRITISMO - E.S.E.

Oração dominical      
 
Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus (S. Mateus, cap. VI, vv. 9 a 13), seja porque pode suprir a todas, conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade. Com efeito, sob a mais singela forma, ela resume todos os deveres do homem para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo. Encerra uma profissão de fé, um ato de adoração e de submissão; o pedido das coisas necessárias à vida e o princípio da caridade. Quem a diga, em intenção de alguém, pede para este o que pediria para si.

Contudo, em virtude mesmo da sua brevidade, o sentido profundo que encerram as poucas palavras de que ela se compõe escapa à maioria das pessoas. Daí vem o dizerem-na, geralmente, sem que os pensamentos se detenham sobre as aplicações de cada uma de suas partes. Dizem-na como uma fórmula cuja eficácia se ache condicionada ao número de vezes que seja repetida. Ora, quase sempre esse é um dos números cabalísticos: três, sete ou nove tomados à antiga crença supersticiosa na virtude dos números e de uso nas operações da magia.

Para preencher o que de vago a concisão desta prece deixa na mente, a cada uma de suas proposições aditamos, aconselhado pelos Espíritos e com a assistência deles, um comentário que lhes desenvolve o sentido e mostra as aplicações. Conforme, pois, as circunstâncias e o tempo de que disponha, poderá, aquele que ore, dizer a oração dominical, ou na sua forma simples, ou na desenvolvida.

PRECE. — I. Pai nosso, que estás no céu, santificado seja o teu nome!Cremos em ti, Senhor, porque tudo revela o teu poder e a tua bondade. A harmonia do Universo dá testemunho de uma sabedoria, de uma prudência e de uma previdência que ultrapassam todas as faculdades humanas. Em todas as obras da Criação, desde o raminho de erva minúscula e o pequenino inseto, até os astros que se movem no espaço, o nome se acha inscrito de um ser soberanamente grande e sábio. Por toda a parte se nos depara a prova de paternal solicitude. Cego, portanto, é aquele que te não reconhece nas tuas obras, orgulhoso aquele que te não glorifica e ingrato aquele que te não rende graças.

II. Venha o teu reino!Senhor, deste aos homens leis plenas de sabedoria e que lhes dariam a felicidade, se eles as cumprissem. Com essas leis, fariam reinar entre si a paz e a justiça e mutuamente se auxiliariam, em vez de se maltratarem, como o fazem. O forte sustentaria o fraco, em vez de o esmagar. Evitados seriam os males, que se geram dos excessos e dos abusos. Todas as misérias deste mundo provêm da violação de tuas leis, porquanto nenhuma infração delas deixa de ocasionar fatais consequências.
Deste ao bruto o instinto, que lhe traça o limite do necessário, e ele maquinalmente se conforma; ao homem, no entanto, além desse instinto, deste a inteligência e a razão; também lhe deste a liberdade de cumprir ou infringir aquelas das tuas leis que pessoalmente lhe concernem, isto é, a liberdade de escolher entre o bem e o mal, a fim de que tenha o mérito e a responsabilidade das suas ações.
Ninguém pode pretextar ignorância das tuas leis, pois, com paternal previdência, quiseste que elas se gravassem na consciência de cada um, sem distinção de cultos, nem de nações. Se as violam, é porque as desprezam.
Dia virá em que, segundo a tua promessa, todos as praticarão. Desaparecido terá, então, a incredulidade. Todos te reconhecerão por soberano Senhor de todas as coisas, e o reinado das tuas leis será o teu reino na Terra.
Digna-te, Senhor, de apressar-lhe o advento, outorgando aos homens a luz necessária, que os conduza ao caminho da verdade.

III. Faça-se a tua vontade, assim na Terra como no Céu.Se a submissão é um dever do filho para com o pai, do inferior para com o seu superior, quão maior não deve ser a da criatura para com o seu Criador! Fazer a tua vontade, Senhor, é observar as tuas leis e submeter-se, sem queixumes, aos teus decretos. O homem a ela se submeterá, quando compreender que és a fonte de toda a sabedoria e que sem ti ele nada pode. Fará, então, a tua vontade na Terra, como os eleitos a fazem no Céu.

IV. Dá-nos o pão de cada dia.
Dá-nos o alimento indispensável à sustentação das forças do corpo; mas, dá-nos também o alimento espiritual para o desenvolvimento do nosso Espírito.
bruto encontra a sua pastagem; o homem, porém, deve o sustento à sua própria atividade e aos recursos da sua inteligência, porque o criaste livre.
Tu lhe hás dito: “Tirarás da terra o alimento com o suor da tua fronte.” Desse modo, fizeste do trabalho, para ele, uma obrigação, a fim de que exercitasse a inteligência na procura dos meios de prover às suas necessidades e ao seu bem-estar, uns mediante o labor manual, outros pelo labor intelectual.
Sem o trabalho, ele se conservaria estacionário e não poderia aspirar à felicidade dos Espíritos superiores.
Ajudas o homem de boa-vontade que em ti confia, pelo que concerne ao necessário; não, porém, àquele que se compraz na ociosidade e desejara tudo obter sem esforço, nem àquele que busca o supérfluo. (Cap. XXV.)

Quantos e quantos sucumbem por culpa própria, pela sua incúria, pela sua imprevidência, ou pela sua ambição e por não terem querido contentar-se com o que lhes havias concedido! Esses são os artífices do seu infortúnio e carecem do direito de queixar-se, pois que são punidos naquilo em que pecaram.
Mas, nem a esses mesmos abandonas, porque és infinitamente misericordioso. As mãos lhes estendes para socorrê-los, desde que, como o filho pródigo, se voltem sinceramente para ti. (Cap. V, nº 4.)

Antes de nos queixarmos da sorte, inquiramos de nós mesmos se ela não é obra nossa. A cada desgraça que nos chegue, cuidemos de saber se não teria estado em nossas mãos evitá-la. Consideremos também que Deus nos outorgou a inteligência para tirar-nos do lameiro, e que de nós depende o modo de a utilizarmos.

Pois que à lei do trabalho se acha submetido o homem na Terra, dá-nos coragem e forças para obedecer a essa lei. Dá-nos também a prudência, a previdência e a moderação, a fim de não perdermos o respectivo fruto.

Dá-nos, pois, Senhor, o pão de cada dia, isto é, os meios de adquirirmos, pelo trabalho, as coisas necessárias à vida, porquanto ninguém tem o direito de reclamar o supérfluo.
Se trabalhar nos é impossível, à tua divina providência nos confiamos.
Se está nos teus desígnios experimentar-nos pelas mais duras provações, mau grado aos nossos esforços, aceitamo-las como justa expiação das faltas que tenhamos cometido nesta existência, ou noutra anterior, porquanto és justo. Sabemos que não há penas imerecidas e que jamais castigas sem causa.

Preserva-nos, ó meu Deus, de invejar os que possuem o que não temos, nem mesmo os que dispõem do supérfluo, ao passo que a nós nos falta o necessário. Perdoa-lhes, se esquecem a lei de caridade e de amor do próximo, que lhes ensinaste. (Cap. XVI, nº 8.)

Afasta, igualmente, do nosso espírito a ideia de negar a tua justiça, ao notarmos a prosperidade do mau e a desgraça que cai por vezes sobre o homem de bem. Já sabemos, graças às novas luzes que te aprouve conceder-nos, que a tua justiça se cumpre sempre e a ninguém excetua; que a prosperidade material do mau é efêmera, quanto a sua existência corpórea, e que experimentará terríveis reveses, ao passo que eterno será o júbilo daquele que sofre resignado. (Cap. V, nº 7, nº 9, nº 12 e nº 18.)

V. Perdoa as nossas dívidas, como perdoamos aos que nos devem. — Perdoa as nossas ofensas, como perdoamos aos que nos ofenderam.
Cada uma das nossas infrações às tuas leis, Senhor, é uma ofensa que te fazemos e uma dívida que contraímos e que cedo ou tarde teremos de saldar. Rogamos-te que no-las perdoes pela tua infinita misericórdia, sob a promessa, que te fazemos, de empregarmos os maiores esforços para não contrair outras.

Tu nos impuseste por lei expressa a caridade; mas, a caridade não consiste apenas em assistirmos os nossos semelhantes em suas necessidades; também consiste no esquecimento e no perdão das ofensas. Com que direito reclamaríamos a tua indulgência, se dela não usássemos para com aqueles que nos hão dado motivo de queixa?
Concede-nos, ó meu Deus, forças para apagar de nossa alma todo ressentimento, todo ódio e todo rancor. Faze que a morte não nos surpreenda guardando nós no coração desejos de vingança. Se te aprouver tirar-nos hoje mesmo deste mundo, faze que nos possamos apresentar, diante de ti, puros de toda animosidade, a exemplo do Cristo, cujos últimos pensamentos foram em prol dos seus algozes. (Cap. X.)

Constituem parte das nossas provas terrenas as perseguições que os maus nos infligem. Devemos, então, recebê-las sem nos queixarmos, como todas as outras provas, e não maldizer dos que, por suas maldades, nos rasgam o caminho da felicidade eterna, visto que nos disseste, por intermédio de Jesus: “Bem-aventurados os que sofrem pela justiça!” Bendigamos, portanto, a mão que nos fere e humilha, uma vez que as mortificações do corpo nos fortificam a alma e que seremos exalçados por efeito da nossa humildade. (Cap. XII, nº 4.) Bendito seja teu nome, Senhor, por nos teres ensinado que nossa sorte não está irrevogavelmente fixada depois da morte; que encontraremos, em outras existências, os meios de resgatar e de reparar nossas culpas passadas, de cumprir em nova vida o que não podemos fazer nesta, para nosso progresso. (Cap. IV, e cap. V, nº 5.)

Assim se explicam, afinal, todas as anomalias aparentes da vida. É a luz que se projeta sobre o nosso passado e o nosso futuro, sinal evidente da tua justiça soberana e da tua infinita bondade.

VI. Não nos deixes entregues à tentação, mas livra-nos do mal.
Dá-nos, Senhor, a força de resistir às sugestões dos Espíritos maus, que tentem desviar-nos da senda do bem, inspirando-nos maus pensamentos.
Mas, somos Espíritos imperfeitos, encarnados na Terra para expiar nossas faltas e melhorar-nos. Em nós mesmos está a causa primária do mal e os maus Espíritos mais não fazem do que aproveitar os nossos pendores viciosos, em que nos entretêm para nos tentarem.
Cada imperfeição é uma porta aberta à influência deles, ao passo que são impotentes e renunciam a toda tentativa contra os seres perfeitos. É inútil tudo o que possamos fazer para afastá-los, se não lhes opusermos decidida e inabalável vontade de permanecer no bem e absoluta renunciação ao mal. Contra nós mesmos, pois, é que precisamos dirigir os nossos esforços e, se o fizermos, os maus Espíritos naturalmente se afastarão, porquanto o mal é que os atrai, ao passo que o bem os repele.
Senhor, ampara-nos em nossa fraqueza; inspira-nos, pelos nossos anjos guardiães e pelos bons Espíritos, a vontade de nos corrigirmos de todas as imperfeições a fim de obstarmos aos Espíritos maus o acesso à nossa alma.
O mal não é obra tua, Senhor, porquanto o manancial de todo o bem nada de mau pode gerar. Somos nós mesmos que criamos o mal, infringindo as tuas leis e fazendo mau uso da liberdade que nos outorgaste. Quando os homens as cumprirmos, o mal desaparecerá da Terra, como já desapareceu de mundos mais adiantados que o nosso.
O mal não constitui para ninguém uma necessidade fatal e só parece irresistível aos que nele se comprazem. Desde que temos vontade para o fazer, também podemos ter a de praticar o bem, pelo que, ó meu Deus, pedimos a tua assistência e a dos Espíritos bons, a fim de resistirmos à tentação.

VII. Assim seja.

Praza-te, Senhor, que os nossos desejos se efetivem. Mas, curvamo-nos perante a tua sabedoria infinita. Que em todas as coisas que nos escapam à compreensão se faça a tua santa vontade e não a nossa, pois somente queres o nosso bem e melhor do que nós sabes o que nos convém.
Dirigimos-te esta prece, ó Deus, por nós mesmos e também por todas as almas sofredoras, encarnadas e desencarnadas, pelos nossos amigos e inimigos, por todos os que solicitem a nossa assistência e, em particular, por N...
Para todos suplicamos a tua misericórdia e a tua bênção.
 
Fonte: O Evangelho segundo o Espiritismo -  Cap. XXVIII, itens 2 e 3.
 
Francisco Rebouças
 

A BUSCA


MARIA DOLORES

Fita a subida áspera e empedrada

Que se alteia, maciça, à nossa frente,

Carrega a própria cruz na alma cansada

E guarda o coração feliz e crente.


Nas paisagens da senda, não há flores.

Apenas o cascalho se amontoa,

Mas, em torno de ti, os irmãos sofredores

Lembram a paz da fé que os renova e abençoa.
 

Segue de passo neto... A turba te acompanha...

Companheiros pararam na montanha,

Recusando o trabalho, a dor e a cruz;

Mas sentindo-te os dons no coração amigo,

Ergue-se-ão do pó e seguirão contigo,

Procurando Jesus.
 

"O pão que destinaste ao 
Pobre sem ninguém,   
É a força que te traz o
Conforto do Além "".

 Livro:DÁDIVAS DE AMOR

Chico Xavier/Maria Dolores

Francisco Rebouças

quinta-feira, 24 de julho de 2014

HUMILDE

Alguém houve na Terra que nascido na palha não desesperou da pobreza a que o mundo lhe relegara a existência, transformando o berço apagado em poema inesquecível.
 
Assinalado por uma estrela em sua primeira hora humana, nunca se lembrou disso em meio das criaturas.
 
Com a sabedoria dos anjos, falava a linguagem dos homens, entretendo-se à beira de um lago em desconforto, com as criancinhas desamparadas.
 
Trazendo os tesouros da imortalidade no espírito, vivia sem disputar uma pedra onde repousar a cabeça e dispondo da autoridade maior escolhia servir, ao invés de mandar, levantando os doentes e amparando aos aflitos.
 
Em permanente contato com o Céu, ninguém lhe ouviu qualquer palavra em torno dessa prerrogativa e podendo deslumbrar o cérebro de seu tempo, preferia buscar o coração dos simples para esculpir na alma do povo as virtudes do amor no apoio recíproco.
 
Esquecido, não se descurava do dever de auxiliar sempre; insultado, perdoava; traído, socorria aos verdugos, soerguendo-lhes o espírito através da própria humildade.
 
Golpeado em suas esperanças mais belas, desculpava sem condições a quantos lhe feriam a alma Angélica.
Amparando sem paga, ninguém lhe escutou a mais leve queixa contra os beneficiários sem memória a lhe zurzirem a vida e o nome com as farpas da ingratidão.
 
Vendido por um dos companheiros que mais amava, recebeu-lhe, sereno, o beijo suspeitoso.
 
Encarcerado e sentenciado, à morte sem culpa, não recorreu à justiça por amor àqueles que lhe escarravam na face, deixando-se sacrificar com o silêncio da paz e o verbo do perdão.
 
E ainda mesmo depois do túmulo, ei-lo que volta à Terra estendendo as mãos aos amigos que o mal segregara na deserção, reunindo-os de novo em seus braços de luz. 
Esse alguém era humilde.
Livro: Abrigo
Chico Xavier/Emmanuel
Francisco Rebouças

sexta-feira, 11 de julho de 2014

Opção pelo evangelho

“Sabeis estas coisas, bem aventurados sois se as fizerdes” – João, 13:17
Amigos, que Jesus nos guarde em sua paz.
Ao perceber a responsabilidade dos espíritas, como detentores das interpretações mais avançadas dos ensinamentos de Jesus, é importante reconhecer com grande alegria e felicidade que temos no processo de reforma íntima que estamos convocados a realizar, ainda na carne, que é o veículo do qual desfrutamos justamente para isso, com os ensinos de nossa doutrina para o entendimento de que precisamos investir no Reinado do Espírito sobre a matéria, em nossas construções morais espirituais, em busca de um porvir feliz.
Imprescindível se faz, que mudemos de atitude diante dos novos desafios que a vida nos apresenta, enfrentando-os corajosamente mantendo nosso esforço por seguir o roteiro de luz que o espiritismo nos oferece, oportunizando-nos uma perfeita interpretação das lições divinas, propondo-nos soluções simples aos problemas complicados, satisfazendo indagações e decifrando enigmas, ao clarão da fé que raciocinada sem levar em conta os perniciosos artifícios de antes.
Convoca-nos às eminências do trabalho com o Senhor, sem a intervenção muita vez abusiva de autoridades humanas, que, como acontece em grande parte e em variadas correntes religiosas ao invés de garantirem a escalada, na estrada do progresso do indivíduo, talvez até lhes tolhessem o direito de aprender, servir e até de decidir o rumo a segui, pois, sabemos como ninguém que o Paraíso deve ser edificado gradativamente em nós mesmos, dia após dia.
Somos sabedores de que muito maior é a responsabilidade que nos pesa nos ombros, porquanto nossos irmãos de correntes religiosas diferentes, em transpondo o limiar do túmulo, poderão referir-se às telas mentais a que foram escravizados no culto externo, ou alegarão com justiça o insulamento a que foram constrangidos na fidelidade à letra que mata, sem direito às interpretações diferentes pelo espírito que vivifica.
Temos dessa forma, possibilidades de obter conhecimentos evangélicos mais suscetíveis de plena identificação com a Verdade, nutrindo-nos, desde agora, com os frutos sazonados que a fé raciocinada nos pode apresentar da vida eterna, como a concepção real da justiça, que nos favorece mais clara visão da sabedoria Divina que rege os destinos dos seres no Universo, pois, irmãos outros, oriundos de filosofias distintas da nossa, em contato com a filosofia espírita, lastimam a impossibilidade de retroação no tempo, para reestruturar a conceituação do Testamento Divino e buscar, como acontece hoje ao influxo dos postulados do Consolador Prometido, o supremo consolo da fé ajustada aos fundamentos simples da vida, sem a inconveniente e nociva influência das convenções humanas.
Por essa razão, convocamos os trabalhadores da Seara espírita, para que juntos rejubilemo-nos com o feliz encontro com a nobre mensagem esclarecedora e consoladora da doutrina cristã que ora esposamos, participando com alegria desse valoroso e pacífico exército de almas fervorosas que, pelo exercício do trabalho no bem, da oração nascida do fundo do coração, da boa-vontade e do serviço aos semelhantes, buscarmos construir no mundo, precioso trilho de acesso à comunhão com Jesus, entendemos após o encontro com essa bendita doutrina espírita que, as oferendas que hoje podemos fazer a esse Mestre e Guia de nossas vidas, não podem ser mais aquelas que no passado lhe apresentávamos representadas pelos bens materiais sem o menos esforço em comungar-lhe as mensagens e exemplos que Ele nos trouxe e vivenciou junto a nós, e quer Mateus registrou em suas anotações no capítulo 6, versículo 33, quando o Celeste Amigo nos adverte: — “Buscai, acima de tudo, o Reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas ser-vos-ão acrescentadas.”
Compreendemos hoje, que os bens materiais têm sua importância capital em nosso presente momento de espírito encarnado em um planeta de provas e expiações, mas, que os bens do Espírito Imortal que somos, representa a verdadeira e maior preocupação que devemos ter, em virtude de sabermos que o corpo físico tem seu tempo limitado de existência em cada encarnação, enquanto o Espírito jamais perecerá, pois, está fadado à felicidade e à pureza espiritual pela eternidade.
Que possamos somar nossos esforços no trabalho de desenvolvimento do bem e da paz nos corações de toda a humanidade, e façamos a parte que nos cabe realizar com esmero e amor, para que o mais cedo possível, essa realidade seja sentida e vivenciada na terra por todos nós. 
Bibliografia
1- Evangelho de João, 13:17
2- Evangelho de Mateus, 6:33.
 
Francisco Rebouças


sábado, 5 de julho de 2014

Mergulha a mente...


  Mergulha a mente, quanto possível, no estudo.

   O estudo liberta da ignorância e favorece a criatura com o discernimento.

   O estudo e o trabalho são as asas que facilitam a evolução do ser.

   O conhecimento é mensagem de vida.

   Não apenas nos educandários podes estudar.

   A própria vida é um livro aberto, que ensina a quem deseja aprender.
 
Livro: Vida Feliz
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis
 
 
Francisco Rebouças

domingo, 29 de junho de 2014

Matar o Tempo?

 
A velha expressão popular “matar o tempo” re­flete a inconsciência vulgar, e a irresponsabilidade do homem para com o mais valioso bem que a Divindade concedeu ao homem para seu aprimoramento e para a construção responsável de sua própria felicidade.
Dessa forma, o tempo não é concedido ao homem para ser negligenciado ou desperdiçado de maneira irresponsável, mas para ser nobremente aproveitado na construção e conquista da paz e da pureza espiritual a que estamos destinados.
Trabalhemos irmãos, com seriedade, disciplina e dedicação em prol do nosso progresso intelectual e moral, na implementação em nosso mundo íntimo de um "Amor que saiba e de uma Sabedoria que Ame".

Francisco Rebouças

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Não descarregues o teu azedume...

 
  Não descarregues o teu azedume, conflitos e recalques nos servidores da tua casa, do teu trabalho, da tua esfera social.

   Eles já sofrem o suficiente, dispensando a carga de amargura e mal-estar que lhes destinas.

  Coloca-te no lugar deles e verás quanto gostarias de receber gentilezas, ter atenuadas as humilhações que passasses, as dores que carpisses...

  São teus irmãos carentes.

  Se te fazem grosserias e são rudes, educa-os com o silêncio e a bondade.

  Eles desconhecem as boas maneiras, necessitando do teu exemplo.
 
Livro: Vida Feliz
Divaldo Franco/Joanna de Ângelis
 
Francisco Rebouças

domingo, 22 de junho de 2014

Precisamos saber escolher

Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta da perdição e espaçoso o caminho que a ela conduz, e muitos são os que por ela entram. - Quão pequena é a porta da vida! quão apertado o caminho que a ela conduz! e quão poucos a encontram!
(S. MATEUS, cap. VII, vv. 13 e 14.)
Muitas pessoas, até mesmo no meio espírita, interpretam ao pé da letra essa passagem do evangelho de Mateus, sobre a porta estreita, por entenderem que o homem foi punido pelo cometimento do pecado original, em desobediência aos desígnios de Deus, fazendo por merecer esse justo castigo da perda do paraíso, o que exigirá da criatura grandes esforços, para os suplícios e martírios com que Deus resolveu castigá-lo. 
Continuam com a velha e viciada visão do Deus cruel, vingador, irracível, que se vingava de quem não cumprisse suas determinações, condenando o desgraçado por sua desobediência a castigos dignos do mais violento e desumano carrasco terrestre, sem levar em conta certas circunstâncias, como por exemplo, quando alguém cometia algo contrário às suas Leis por pura ignorância, ou até mesmo por ter aprendido com alguém de maneira errada, e proceder conforme o que conhecia; pensamento esse, fruto do ensino religioso ultrapassado e sem coerência a que sempre esteve submetido. 
Dessa forma, estaria o pobre coitado submetido à fúria cruel e irracional do “Deus” que deveria ser seu pai amoroso e compreensivo dando-lhe exemplo de mansuetude, paz, harmonia, amor, etc., etc., e que na verdade, não passa de alguém tão ou mais violento e vingador quanto ele próprio. Para desfazer esse terrível equívoco, a sabedoria divina nos enviou o Consolador Prometido por Jesus e, no Evangelho Segundo o Espiritismo, desfrutamos da oportunidade sublime de aprender a ver e interpretar essa mesma passagem de Mateus com ótica bem diferente. 
Se nós como pais, com a nossa acanhada visão espiritual, não aceitamos condenar um filho nosso que tenha caído em erro, pois lhes concedemos sempre nova oportunidade recuperar o erro cometido, e até mesmo assumimos muitos desses erros, quitando o débito com o outro a quem nosso filho contraiu a dívida, para não assistirmos sua desventura, quanto mais esse Pai criador de tudo e de todos, detentor de todas as virtudes em grau absoluto.
Explicam-nos os mensageiros da boa-nova, nessa incomparável doutrina dos espíritos, que é estreita a porta da salvação, porque a grandes esforços sobre si mesmo é obrigado o homem que a queira transpor, para vencer suas más tendências, coisa a que poucos se dispõem a fazer, e que é larga a porta da perdição, porque são numerosas as paixões más que ainda trazemos arraigadas em nosso espírito milenar, e por isso mesmo o maior número de criaturas envereda pelo caminho do mal na hora que é chamado a escolher o caminho a trilhar usando o seu livre arbítrio, e assumindo, portanto as consequências das suas escolhas, representando para nós o complemento da máxima: "Muitos são os chamados e poucos os escolhidos”. 
Sendo a Terra mundo de expiação, nela predomina o mal. Quando se achar transformada, a estrada do bem será a mais frequentada. Aquelas palavras devem, pois, entender-se em sentido relativo e não em sentido absoluto. Se houvesse de ser esse o estado normal da Humanidade, teria Deus condenado à perdição a imensa maioria das suas criaturas, suposição inadmissível, desde que se reconheça que Deus é todo justiça e bondade. 
Mas, de que delitos esta Humanidade se houvera feito culpada para merecer tão triste sorte, no presente e no futuro, se toda ela se achasse degredada na Terra e se a alma não tivesse tido outras existências? Por que tantos entraves postos diante de seus passos? Por que essa porta tão estreita que só a muito poucos é dado transpor, se a sorte da alma é determinada para sempre, logo após a morte? Assim é que, com a unicidade da existência, o homem está sempre em contradição consigo mesmo e com a justiça de Deus. Com a anterioridade da alma e a pluralidade dos mundos, o horizonte se alarga; faz-se luz sobre os pontos mais obscuros da fé; o presente e o futuro tornam-se solidários com o passado, e só então se pode compreender toda a profundeza, toda verdade e toda sabedoria das máximas do Cristo. 
Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus. 
No Capítulo VI, do Evangelho Segundo o Espiritismo – O Cristo Consolador, João XIV, vv.15 a 17 e 26, o Espírito de Verdade, vem nos trazer os esclarecimentos que nos faltavam a cerca do assunto afirmando-nos: “Mas, ingratos, os homens afastaram-se do caminho reto e largo que conduz ao reino de meu Pai e enveredaram pelas ásperas sendas da impiedade”. 
Em vista de tantos esclarecimentos, trazidos a lume pelo insigne codificador do espiritismo, através do trabalho de implantação da verdade entre nós, realizado por Jesus e seus diletos colaboradores da esfera mais alta da espiritualidade superior, para que tenhamos conhecimento da verdade, pois só ela será capaz de nos libertar de nossa secular ignorância, dediquemo-nos, a estudá-la com disposição, e sincera intenção de apreender seus luminosos ensinamentos com disciplina e boa-vontade, e certamente compreenderemos por fim, que Deus é manancial inesgotável de amor em benefício de todas as suas criaturas.                                             
 
                                                                                                      Francisco Rebouças.


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Palavras de Josepha!

                                   Valoriza tua convivência

Procura desenvolver uma boa convivência com todos aqueles que te rodeiam, na sociedade em que vives.
  
Estamos em constante contato de aperfeiçoamento e aprendizagem uns para com os outros, sendo ao mesmo tempo alunos e professores.

Precisamos entender, que a vida de cada pessoa está de alguma forma interligada direta ou indiretamente com a de seus semelhantes, e que cada criatura encarnada ou não, deve contribuir com sua porção de esforço para a harmonia e progresso de toda a humanidade.

Somos filhos do mesmo Pai, e estamos percorrendo o caminho em busca da Agelitude a que todos fomos destinados desde o longíncuo momento de nossa criação.

Ajuda teu irmão de estrada, e descobriráas a alegria de ser util, a razão e o porque de tua vida.


Josepha
Por: FranciscoRebouças

domingo, 2 de março de 2014

Abençoa Sempre

Amigo leitor:

Entre os sofrimentos e atritos da Terra, sejamos nós a bênção que alivia e consola.


Abençoa o homem rico – não lhe conheces a dívidas e as tribulações.


Abençoa o pobre – em muitas ocasiões ele traz o íntimo conflitado por revoltas ocultas.


Abençoa a tua família – muitos embora, por vezes, teus pais e teus irmãos cultivem ideais diferentes dos teus.


Abençoa os felizes – ignoras quantas vezes aparentam alegria, conquanto carreguem o coração por vaso de dor.


Abençoa os infelizes – muitos deles permanecem encastelados na amargura por não aceitarem as provações que se lhes fazem necessárias.


Abençoa os jovens – às vezes, estão eles sob difíceis frustrações.


Abençoa a criança – desconheces o futuro que o mundo lhe reserva.


A experiência humana necessita muito mais daqueles que abençoam do que o azedume daqueles outros que maldizem ou reprovam.


Surjam, em torno de ti, críticas ou sarcasmos, lamentações ou queixas, desequilíbrios ou acusações, blasfêmias ou desafios, guarda a paz contigo.

E abençoa sempre.
Emmanuel

Uberaba, 12 de março de 1993
Livro: Abençoa Sempre
Chico Xavier/Espíritos Diversos
 
Francisco Rebouças
 
 

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

NÃO ASPIRES

 
Emmanuel
 
Não aspires retificar apressadamente os outros, quando os consideres errados, segundo os teus pontos de vista, porque também nós, quando em erro, nem sempre admitimos corrigendas imediatas.
Não imponhas o teu ideal de felicidade àqueles que estimas, de vez que a felicidade das criaturas varia sempre conforme o degrau evolutivo em que se encontrem.
Quanto puderes, como puderes e onde puderes, guardando a consciência tranqüila, trabalha servindo sempre.
Assim agindo, ainda que não percebas, desde agora, estarás, imperturbavelmente, nos domínios da paz.
Por mais sofras, jamais desanimes.
O problema aparece carregando a lição.
 
 
Livro: Agenda de Luz
Chico Xavier/Espíritos Diversos
 
Francisco Rebouças
 

domingo, 16 de fevereiro de 2014

No Final da Última Hora


 No Final da Última Hora
Espírito: Lucius
Médium André Luiz Ruiz                                                                                                José Passini                                                                                             

Mais uma obra produzida sob os auspícios de um Espírito fascinador.

Nossos comentários serão levados a efeito neste tipo de letra: Tahoma12.                                             As transcrições serão em Times New Roman 11.

Essa obra soma-se a várias outras que estão sendo publicadas atualmente sobre o tema “Fim dos Tempos”, mas desvia-se em relatos de casos que ficariam bem numa obra que se propusesse como romance. Em alguns trechos até romance terrorista.

Numa conferência, cuja localização não foi declarada, o Espírito Antênio diz ser habitante de um planeta do sistema Sírius, situado a 82 bilhões de quilômetros da Terra, e que de lá, desde tempos remotos, vêm Espíritos em auxílio dos terráqueos. (22)

Prosseguindo a conferência, o Espírito que havia apresentado Antênio toma a palavra e faz uma preleção sobre o fim dos tempos. A seguir, falando à assembleia, dirigiu-se a um globo flutuante que, ao toque de seus dedos, lentamente foi se transformando em um outro mundo, perdendo o seu encanto e beleza para dar lugar a uma outra forma, igualmente globular, mas sem nenhuma atmosfera amistosa. Ao olhar surpreso dos membros da assembleia, surgia o orbe intruso, a morada nova para os velhos e renitentes Espíritos inferiorizados, carregando a sua psicosfera densa, primitiva e difícil na qual estagiariam as almas da humanidade terrena que não soubessem corresponder ao chamamento da consciência reta e nobre. (36)

Volta o Espírito Lucius a falar na velha tese de Ramatis, já apresentada no seu livro “Herdeiros do Novo Mundo”: planeta intruso, higienizador, sugador, chupão... Esse planeta passaria por aqui, a fim de receber os exilados.

A seguir, Aurélio, que havia apresentado Antênio, é um Espírito que passa ao Dr. Bezerra uma série de instruções que nada têm de novidade para quem tem algum conhecimento da realidade que vivenciamos, muito menos para ele, que sobre elas já se tem pronunciado em obras mediúnicas:

Bezerra e os amigos seguiam-lhe as palavras com atenção, concordando com a análise prática e objetiva que a sábia entidade realizava acerca da realidade do mundo espírita. (40)

Mais adiante, ainda falando com Dr. Bezerra, entra no discurso já costumeiro de alguns Espíritos fascinadores que, através de outros médiuns, buscam semear a indisciplina e a discórdia no trabalho dos centros:

Não se pode mais conceber uma casa espírita na qual a ordem mate a afetividade, a organização transforme as pessoas em máquinas e os organogramas burocratizem a caridade em setores e departamentos impessoais. (42)

Páginas adiante, continua seu ataque ao trabalho espírita, agora mostrando o baixo nível moral de trabalhadores de um centro:

– Ora, Geralda, a gente não pode perder as oportunidades. Então, improvisei uma reuniãozinha lá em casa. Só eu e ela. Expliquei como as coisas seriam e deixei rolar.

– Mas o tal Espírito não se comunicou?

– Bem, ela está pensando até agora que sim... – respondeu Cássio, dando uma gargalhada.

– Mas o que fez você se lembrar de mim nesse caso?

– Ora! Princesa, já se esqueceu de suas carências? Esqueceu que arrastava uma asa para o noivo de Gláucia?

Geralda não respondeu, mas ficou enrubescida por haver se lembrado de que Cássio sabia de suas aspirações femininas, mesmo no centro espírita.

– Mas de verdade – continuou Cássio –, a lembrança maior foi quando, depois que terminou a “sessão”, a moça estava em prantos e todinha carente e, então, o velho Cássio encontrou finalmente a chance que esperava. E de conversa em conversa, a moça acabou dormindo lá em casa. Foi aí que veio a lembrança da Geralda. Você precisa ver que pernas ela tinha. Acho que só perdia para as suas, querida. Aliás, você continua cuidando bem delas? (55)

O capítulo termina, mostrando o insucesso dessa mulher que, embora arrependida, não consegue ajuda para uma renovação. Nenhum exemplo edificante.

Mais adiante, Lucius descreve uma reunião com o Espírito Aurélio Augusto, em cujo gabinete (tudo indica que situado fora da Terra) reuniram-se Francisco de Assis, Sócrates, Joana d’Arc, Chico Xavier, Vicente de Paulo, Bezerra e Luiz (que mais adiante, fica-se sabendo que é Gonzaga). Ao final, Aurélio declara:

Eis que aqui nos achamos por determinação de Jesus para o trabalho de resgate e salvação. (123)

A partir dessa declaração, começa um discurso em que usa, para exemplificação, uma fábrica hipotética, colocando Jesus como seu administrador, gastando nisso algumas páginas. Diante da descrição dos problemas existentes no Planeta, Joana declara-se pronta ao serviço de Jesus, emocionando os demais Espíritos, levando-os a aderirem também, num clima que mais lembra uma excursão do que uma missão. É de se notar que Aurélio estava, em nome de Jesus, preparando a missão redentora da Terra... E contava com sete colaboradores, seis dos quais fizeram essa adesão emocionada, depois da declaração de Joana d’ Arc... Será que a decisão de aderir a um trabalho de tamanha magnitude seria tomada sob o impacto de uma emoção momentânea? É de se perguntar: Como Lucius presenciou tudo isso? Seria também ele um Espírito de escol?

Fugindo completamente do tema proposto pelo título da obra, no cap. 13 é descrito um caso de reencarnação. Refere-se a um médium fracassado, que teria oportunidade de escolha, antes de reencarnar, entre o exercício mediúnico ou a loucura, a fim de resgatar erros do passado. (Aqui, impõe-se esta pergunta: Pode um Espírito decidir, no Mundo Espiritual, a reencarnar como louco?) Escolheu a mediunidade, mas não foi fiel à promessa. (144/145)

Ao longo do livro, fazendo coro com a mensagem equivocada que tem chegado através de outros médiuns, encontramos um discurso agressivo e desencorajador a respeito de centros espíritas que seriam dirigidos por pessoas irresponsáveis:

Dizem-se servos do Senhor, mas não sonham com o trabalho. Querem sombra e água fresca, querem postos e favores, mas trazem a mente inimiga de qualquer mudança de conduta que lhes signifique um aumento de atividade. Boa parte usa do argumento de que não devem atordoar a mente das pessoas que frequentam a casa espírita porque elas não estariam preparadas para as transformações necessárias. (161)

Assim estamos, Ribeiro. Adelino e eu nos surpreendemos quando observamos que a maioria dos dirigentes espíritas está assumindo a insensata posição do fingido capitão, negando-se a alertar sua tripulação sobre os reais problemas do navio, bem como a de se preparar para o naufrágio. (162)

Acusações graves, através de um discurso semelhante ao dos Espíritos que se fazem passar por Ermance Dufaux e Dr. Inácio Ferreira, através de outros médiuns. Essa catilinária prossegue, páginas adiante, contra os dirigentes espíritas, até o final do capítulo:

Jesus sabe como somos e quantos serão levados no turbilhão. Talvez os espíritas se surpreendam com a quantidade deles próprios, alistados entre os que não poderão mais permanecer no mundo renovado, atingidos em cheio pela transformação da humanidade que lhes rasgará as ilusões com as quais se travestem, crendo-se eleitos de Deus, poupados de dores e aflições. Que se preparem, pois, espíritas iludidos, porquanto, para eles, a transição será mais dolorosa do que para os outros crentes (166/167).

Segundo relato de Lucius, Sócrates está trabalhando junto aos jovens, mas encontra dificuldade diante de barreiras sustentadas pelos mais velhos:

Particularmente agradável me é o contato com os jovens espíritas, cuja mente modelada pelos conceitos do consolador prometido é oficina produtiva e indústria de belas idéias.

O único problema, infelizmente, é causado pelos mais velhos, aqueles dirigentes cujos neurônios enferrujaram no cérebro e que, por isso, não são sensíveis às sugestões e buscas dos mais novos. (...)

A meu ver, infelizmente, alguns estão cristalizados na rotineira cantilena com a qual pensam que ganharão o céu ou algum lugar privilegiado em colônia espiritual superior se mantiverem as coisas funcionando pelos padrões do passado. Às vezes, Bezerra, preferem sufocar a inquietação dos mais novos do que dar-lhes espaço na discussão sadia dos temas candentes do momento. (160)

Nenhuma palavra de apreço ao imenso trabalho de evangelização levado a efeito pelo Espiritismo. Apenas críticas, parecendo que só agora, com certos médiuns, a verdade está chegando à Terra. Lucius faz coro com os Espíritos falaciosos que se fazem passar por Ermance Dufaux, Maria Modesto e Inácio Ferreira, sendo que, deste último, imita até a grosseria ao dizer que transcreve palavras de uma médium, dirigindo-se a outra:

– Vai falando aí Mari. Desembucha, porque isso me interessa. (185)

Ela hesitava em descrever a visão que tinha de seres extraterrestres que compareciam à reunião mediúnica:

Eram duas entidades altas, possuindo corpo como o nosso, mas diferentes de nós: traziam a cabeça muito semelhante a um pingo d’agua invertido, equilibrando-se em um pequeno pescoço sobre um tronco do qual pendiam dois braços longos, que terminavam em mãos com quatro dedos. (...) Seus olhos eram grandes, quase não tinham nariz e a boca era bem miúda, quase um risquinho. (198)

O discurso contra os espíritas agora é colocado na boca de uma dirigente de reunião mediúnica:

Para que vocês entendam o que quero dizer, existem espíritas tão puristas por aí que repudiam mesmo a fluidoterapia – conhecida vulgarmente como passe magnético – alegando que tais práticas foram herdadas da homeopatia e não do espiritismo.

Acho que os dirigentes devem estudar mais, descendo do pedestal de “comandantes” de algo do qual não deveriam se considerar mais do que servos por amor. (204)

Atente-se para a descrição do trabalho que teria sido desenvolvido num centro espírita:

Era comum encontrar-se um encarnado assediado por oito, dez ou mais entidades, isso sem falar no imenso contingente dessas que ficava impedido de ingressar em decorrência das barreiras vibratórias que demarcavam o perímetro de defesa da instituição, no plano invisível. Assim, nas noites em que o número dos encarnados chegava a cem, contavam-se entre oitocentos a mil os Espíritos que os acompanhavam, além dos que se afastavam da entrada, bloqueados  pela vigilância da instituição. (210)

Ao lado dessa população, diversas caravanas espirituais em incessante trabalho de resgate visitavam as moradias de cada frequentador que havia comparecido, de lá trazendo entidades perturbadoras para tratamento. (210)

Se assim fosse, a simples presença de alguém num centro espírita lhe garantiria o afastamento de Espíritos que o estivessem perturbando em sua casa...

E as oito ou dez entidades que, conforme relatado acima, acompanhariam os frequentadores do centro? Essas não seriam submetidas a tratamento? 

Bezerra de Menezes, segundo afirmativa de Lucius, na obra “Herdeiros do Novo Mundo”, está encarregado de dirigir a retirada dos Espíritos que serão exilados da Terra. Na obra em análise, ele coloca na boca de Bezerra de Menezes algumas afirmativas absurdas, referindo-se a influências negativas que esse planeta exercerá sobre os habitantes da Terra.

É ambiente magnético-psíquico, cujo fulcro está no corpo celeste que se acerca cada vez mais de nosso sistema e que transmitirá não apenas suas influências gravitacionais e elétricas a tudo o que esteja no campo de ação, mas, de igual sorte, envolverá a todos como essa densa nuvem de vibrações primitivas, atuando sobre tudo que lhe penetre a área de influência. (217)

Como poderia um planeta influir gravitacionalmente? Se a influência gravitacional da Lua, que é 49 vezes menor do que a Terra, provoca marés, imagine-se a influência de um planeta muitas vezes maior do que o nosso!

Isso propiciará modificações de comportamento, eclosão de enfermidades em decorrência de sintonias negativas, alteração de hábitos, agravamento de tendências e defeitos pela somatória de forças de mesma direção, efeito da ressonância ou harmonia dos Espíritos que vibrem segundo as influências inferiores derivadas diretamente do potente campo psíquico do orbe estranho. (217)

Admitindo-se a possibilidade de influência, como poderia um planeta primitivo influir negativamente? Por que, então, os terráqueos não receberíamos influências de planos espirituais equilibrados que nos são mais próximos, como Nosso Lar, Alvorada Nova, Morada e outros? Além do mais, não seria necessário argumentar sobre o absurdo dessa aproximação física, já sustentada por Espíritos pseudo-sábios em outras obras.

Deixando de lado o tema central da obra, o Espírito Aurélio descreve, em longas páginas, cenas de desequilíbrio sexual de jovem casal, terminando por revelar:

Agora, o mais dramático no caso desses dois, infelizmente, é o fato de serem irmãos consanguíneos, mal orientados pelos mesmos genitores, vitimados pelo mesmo lar desajustado. (256)

Prosseguindo, Aurélio diz:

Estaremos muito felizes se, passada a euforia da droga e amadurecidos em espírito, conseguirmos fazer com que convertam a associação para o vício em um amor sincero de um para com o outro, capaz de tirá-los desse mundo de perversidades.

Poderão vocês pensar: Mas eles são irmãos consanguíneos...!

Sim, nasceram no mesmo lar, filhos de pais comuns, mas a família os tratou como animais e, por isso, agora, se amam como bichos. No caso deles, então, não será um progresso notável superar o amor animal para começar a se amar como homem e mulher? (256)

Diante disso, pergunta-se: seria lícito continuarem se relacionando como animais?

Mais adiante, descrevendo o trabalho mediúnico de algumas irmãs, Lucius mostra um clima de desconfiança entre médiuns, mas diz que estão encarregadas de receber entidades de outro orbe:

Dentro do plano de trabalho, os mentores responsáveis estavam cientes de que as duas companheiras se dedicariam à experiência de contato mediúnico com entidades visitantes provenientes de outro orbe. (261)

Descrição de Espíritos procedentes de outro orbe, feitas por uma médium vidente, enquanto outra anotava:

Ao nosso redor, vejo um campo de energias diferentes, como se fosse um globo plástico de grandes proporções, dentro do qual se encontram nossos mentores costumeiros e alguns seres diferentes. São de diversas estaturas e tipos. Alguns são bem altos e magros, com membros alongados e cabeça em forma de pêra ou “gota d’água” invertida. Outros bem mais baixinhos, mais ou menos da altura da maçaneta da porta. Estes possuem o corpo mais robusto e a cabeça mais volumosa, lembrando um pouco uma cebola grande. (...) marcadas pela quase ausência de boca e nariz, existindo apenas pequenas aberturas que seriam as nossas narinas e uma fenda delicada e discreta, sem lábios, na altura de nossa boca. (273/274)

E as descrições prosseguem, revelando seres que estariam noutro nível evolutivo, continuando com descrições mirabolantes, como num filme de ficção científica:

Um deles possui a forma humana , mas tem cabeça parecida com dinossauro, desses de filme.  (274)

E as informações da vida desses seres prosseguem páginas adiante, sem nada de prático, de objetivo. apenas “revelações” mirabolantes que, se fossem verdadeiras, deveriam fazer parte de um livro específico e não relacionadas de passagem.

Certamente já ouvimos o próprio Codificador nos ensinar sobre a necessidade de atenção, preferindo recusar noventa e nove verdades a aceitar uma mentira. (310)

Além do exagero, note-se que a autoria não é do Codificador, mas do Espírito Erasto (O Livro dos Médiuns, item 230): “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.”

Causa espanto o diálogo que se teria estabelecido entre um desses espíritos esquisitos, oriundos de outros orbes e uma médium, encarregada de anotar o diálogo:

Qual o motivo prático que os traz a este planeta? Estamos aqui para ajudar – tanto a vocês quanto a nós mesmos. (...) Nós já vivemos na Terra quando ela era bem diferente do que é hoje. Quando aqui estive, como membro da família terrena, este mundo era constituído de um único continente. (327)

Quantos milênios até mesmo antes da civilização egípcia?

(...) Ainda assim, estamos atuando diretamente na melhoria do DNA do ser humano, como objetivo principal. (...) Os seres humanos pagam muito com o corpo, com doenças e dores correspondentes. (...) atuamos para que o próprio DNA evolua no sentido de defender a estrutura orgânica da incidência de certas enfermidades, como se criássemos uma espécie de bloqueio. (328)

Poderia o sofrimento humano ser resolvido com uma mudança de DNA? Ou seria com a melhoria moral da Humanidade? Será que habitando corpos melhores os Espíritos melhorariam? Seria o mesmo que modificar a embalagem de um produto, visando ao seu melhoramento...

Quando nossas primeiras representações aqui aportaram, fizemo-lo sob a proteção direta deste a quem chamais o Cristo e sua augusta cooperadora direta, Maria, os quais lideraram nossa caravana até as proximidades da atmosfera dos homens. (333)

Será que Jesus e Maria teriam sido guias de caravanas espirituais?

Torna-se um tanto difícil a compreensão do cap. 34, diante do fato de Lucius referir-se à ação de Espíritos Superiores como se tudo já estivesse terminado:

Atividades espirituais se multiplicavam em todos os sentidos. Acompanhando os arautos da palavra divina, Espíritos empenhados na semeadura não desperdiçavam a menor oportunidade de espalhar a luz por onde se faziam ouvir. Filósofos recebiam o amparo de Espíritos missionários do pensamento superior, inspirando-os às reflexões críticas (...).

Autoridades em diversas esferas de influência também eram objeto da ação das entidades invisíveis, que procuravam inserir em suas almas idéias mais elevadas (...)

Acompanhavam de perto as decisões políticas referentes ao destino da humanidade. Por isso, em todos os grandes eventos da comunidade internacional, nobres emissários invisíveis compunham a coletividade dos construtores de um mundo melhor, amparando o raciocínio dos representantes dos diversos países (...) (391)

Note-se o relato, como se tudo já se tivesse efetivado, pois Lucius usa o pretérito imperfeito. Diante disso, fica parecendo que esses Espíritos que vieram ajudar desistiram de prestar o seu auxílio, tendo conseguido sensibilizar

... pequena comunidade de cientistas e interessados se assombravam com as modificações gerais sofridas pelos astros do sistema solar, inclusive a própria Terra. Essas alterações estimulavam a intensa pesquisa sobre as suas causas, na raiz das quais a aproximação do conhecido corpo celeste previsto há muitos séculos se fazia sentir. (393)

Mas Lucius afirma que as advertências não foram ouvidas:

Maciços investimentos em abrigos subterrâneos, em medidas protetivas para autoridades e membros das altas hierarquias sociais e econômicas, disfarçavam-se das vistas desse público manobrável, sempre manipulado e enganado pelos dirigentes que elegera e que, em troca, o deixaria à míngua, exposto às tragédias, sem direito ou esperança. (394)

Enquanto os governos criavam essa cortina de fumaça numa política de despistar, iam escavando montanhas e construindo abrigos para seus membros, na tentativa de garantir a perpetuação das dinastias materiais que representavam. (395)

Lucius atribui os acontecimentos atuais à influência desse planeta intruso:

Apesar das teorias dissimuladoras, não eram os gases do progresso os responsáveis exclusivos pelas modificações atmosféricas. Ao lado deles, estava uma causa mais séria, origem das mudanças climáticas e magnéticas em quase todos os planetas do sistema solar, uma fonte externa cuja existência seria negada até a última hora, quando não fosse mais possível aos governantes esconderem a realidade. (395)

 Os astrônomos modernos haverão de estabelecer outras denominações para o astro que se aproxima, até mesmo com a finalidade de não estimular antigos vaticínios e previsões. No entanto, não importa que denominação lhe venham atribuir, certamente não evitarão os efeitos renovadores que já se fazem sentir de maneira direta sobre todas as coisas, inclusive o próprio Sol, com a modificação de sua atividade. (396)

Quais seriam as dimensões desse planeta para afetar até o próprio Sol? Se afetaria o Sol que é um milhão e trezentas mil vezes maior do que a Terra, qual seria o seu tamanho? Além do mais, o Sol está a 150 milhões de quilômetros de distância da Terra. Entraria esse planeta no Sistema Solar? E o equilíbrio entre os astros? Lembremo-nos de que a Lua, que é quarenta e nove vezes menor do que a Terra, quando se aproxima um pouco, ocasiona as marés altas...

O cap. 35 é realmente incompreensível para alguém que pretenda usar um pouco de bom senso, pois relata acontecimentos catastróficos, atemorizadores como se já tivessem acontecido. Todos os verbos ali usados estão no passado imperfeito, num verdadeiro menosprezo à argúcia, à capacidade de entendimento do leitor.

A Terra recebeu, conforme Emmanuel relata na obra “A Caminho da Luz” (cap.3), um contingente de Espíritos vindos de um planeta do Sistema Cabra ou Capela. Nenhuma referência a respeito de um deslocamento que o nosso planeta teria sofrido para recolher aqueles Espíritos, como se fora um ônibus a recolher passageiros. Os Espíritos é que foram conduzidos para aqui. No mesmo livro, o Benfeitor diz que fenômeno semelhante de exílio se dará com habitantes da Terra. Mas, apesar dessa lógica explicação, o Espírito Ramatis, onze anos depois, fez publicar a obra “Mensagens do Astral”, na qual afirma que um planeta passará por aqui para sugar ou atrair os Espíritos rebeldes. Lucius, em sua obra “Herdeiros do Novo Mundo”, adota essa tese, até declarando alguns nomes jocosos que o planeta já recebeu: intruso, sugador, higienizador, chupão...

Nesta obra em análise, Lucius vai além, pois admite que o planeta primitivo – ainda viajando rumo ao nosso Planeta – já está exercendo uma influência negativa não só na Terra, mas também noutros planetas do Sistema Solar... Mas quem é minimamente informado sobre astronomia não aceita absolutamente essas revelações fantasiosas.

A crença espírita se edifica dentro de nós sobre duas bases: fé e razão. Por isso, devemos analisar à luz do entendimento certas afirmativas de Espíritos, a fim de que nossa fé não sofra abalos.

Mas, é profundamente lamentável a falta de senso de responsabilidade de dirigentes de centros, de livrarias e de clubes do livro que divulgam obras sem que essas tenham sido lidas e analisadas. Infelizmente, sob a capa da assistência social, tudo é válido, desde que renda fundos...

Francisco Rebouças