“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

E OS FINS?


       “Mas nem todas as coisas edifi­cam.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 23.)

Sempre existiram homens indefiníveis que, se não fizeram mal a ninguém, igualmente não benefi­ciaram a pessoa alguma.

Examinadas nesse mesmo prisma, as coisas do caminho precisam interpretação sensata, para que se não percam na inutilidade.

É lícito ao homem dedicar-se à literatura ou aos negócios honestos do mundo e ninguém poderá con­testar o caráter louvável dos que escolhem conscien­temente a linha de ação individual no serviço útil. Entretanto, será justo conhecer os fins daquele que escreve ou os propósitos de quem negocia. De que valerá ao primeiro a produção de longas obras, cheias de lavores verbais e de arroubos teóricos, se as suas palavras permanecem vazias de pensamento cons­trutivo para o plano eterno da alma? em que apro­veitará ao comerciante a fortuna imensa, conquistada através da operosidade e do cálculo, quando vive estagnada nos cofres, aguardando os desvarios dos descendentes? Em ambas as situações, não se pode­ria dizer que tais homens cogitavam de realizações ilícitas; todavia, perderam tempo precioso, esquecen­do que as menores coisas trazem finalidade edificante.

O trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos.

Há muita aflição e amargura nas oficinas do aperfeiçoamento terrestre, porque os seus servidores cuidam, antes de tudo, dos ganhos de ordem material, olvidando os fins a que se destinam. Enquanto isso ocorre, intensificam-se projetos e experimentos, mas falta sempre a edificação justa e necessária.

Livro: Pão Nosso
Chico Xavier/Emmanuel

Francisco Rebouças