“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A bênção de cada manhã!

Em cada manhã que desfrutamos ao acordar de mais uma reparadora oportunidade de descanso para o nosso corpo físico, que nos proporciona as sublimes experiências da reencarnação, com a alegria do Sol a convidar-nos ao trabalho renovador, ouvimos a palavra do amigo que nos induz à esperança, observamos a beleza e o incentivo da natureza disponibilizando-nos todo o apoio que carecemos para prosseguir a marcha evolutiva com destemor entre tantas outras maravilhas do começar de um novo dia.

A nova manhã que surge também nos concede por misericórdia, o reencontro com os nossos desafetos para que aprendamos a convertê-los em motivos de harmonia e respeito, para que aprendamos a lutar pelo nosso aprimoramento individual, desenvolvendo as virtudes que trazemos em nosso mundo íntimo, que aguardam o devido adubo para crescer e nos dar os frutos que nos robustecerão nas lutas que precisamos empreender para a vitória do bem em nossas ações comuns.

Não devemos menosprezar o ensejo de investir no trabalho de desenvolvimento do bem, da paz e do amor em nossas ações do dia a dia, pois, por menores que sejam essas ações, negligenciar qualquer leve impulso de praticar uma ação benéfica é o mesmo que sufocar a semente divina que possuímos e que carece de toda atenção em seu desenvolvimento, pois, representa no caminho e a base de nossa redenção.

...Deus em nós é a forçada vida e a luz inextinguível...
Nos encargos a que te prendes, em muitas ocasiões, sentes a amplitude dos problemas a resolver e o coração se te transborda de lágrimas...
A solidão aparente no íntimo como que exagera a extensão dos obstáculos a transpor.
E medidas no preço alto da dedicação em família, mentalizando as horas gastas em construir e reconstruir afeições que fogem no carro do tempo, largando-se aos ideais que acalentam os dias; refletes nas dificuldades que se renovam, no trabalho tantas vezes encharcado de pranto a que te entregas, atendendo aos deveres  assumidos e nos planos alterados,  em que sonhaste o melhor para alcançar tão-somente fracasso e recomeço...
Entretanto, ergue-te do chão da tristeza, age no bem que possas fazer e caminha adiante.
Deus em nós é a força da vida e a luz inextinguível.
Corações difíceis a conduzir, calvários domésticos, searas de esperança, oficinas de beneficência e apostolados no bem, são tarefas que, a Sabedoria Divina poderia executar claramente sem ti, no entanto, quis Deus a tua cooperação nas obras da sublimação e do progresso, a fim de que venhas a desenvolver nesse esforço as tuas qualidades divinas. Por mais constrangedoras as circunstâncias, serve e segue adiante.
Onde te encontres e como te encontres, recorda que Deus conta contigo, tanto quanto contas com Deus.” (1)

Cada parcela de esforço desprendido em prol de uma mudança positiva em nosso favor e do nosso próximo representa uma parcela do trabalho dessa imensa legião de seguidores do Cristo Jesus, que nos serve de modelo e guia a ser seguido e temos o dever de cooperar incessantemente para que a harmonia e a felicidade se ergam na Terra, a benefício de todas as criaturas.

As oportunidades de atuar em determinadas atividades, às vezes de sacrifício a que somos chamados, não nos foram simplesmente impostas pela Soberana Sabedoria do Universo por simples capricho. É indispensável compreender que representam desafios que precisamos vencer na busca da própria paz, que depende exclusivamente da disposição de cada um de nós em conquista-la.

Para triunfar nessa difícil empreitada, agarremo-nos a Jesus como âncora, para que possamos resistir a todas as ventanias da adversidade que certamente nos abalarão a confiança, mas, seguindo o roteiro de Luz recomendado e exemplificado por ELE, compreenderemos que não há desequilíbrio que nos arraste para fora do lugar e do dever que nos competem. Quem tem Jesus como âncora não teme as arremetidas das trevas, porque guarda a fé em Deus e assim como a própria natureza, aprende a ter confiança na Providência Divina.

Bibliografia
1 – Xavier, Francisco Cândido. Livro: Amizade, pelo Espírito Meimei, cap. Segue Adiante.

Francisco Rebouças