“Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” – João: 8:32.
É preciso saber que liberdade na essência, é aceitar que o homem é um espírito imortal, utilizando o corpo físico, como uma simples vestimenta transitória.
A vida física de um homem reencarnado, não passa de alguns anos de experiências necessárias para o seu aprendizado e aperfeiçoamento muito curto em relação à eternidade que nos está reservada para alcançar a felicidade e a pureza a que estamos destinados.
É neste mundo físico que encontramos o campo propício para arar e plantar a boa semente que significa nosso esforço na prática do bem, no desenvolvimento da caridade, que é o amor em ação pelos caminhos que escolhermos trilhar.
O Espiritismo alicerçado pela Ciência no desenvolvimento do raciocínio, a Filosofia empregando o método da indagação, que nos exigem respostas e nos obrigam a pesquisar e a pensar, a Religião, solicitando a utilização da ciência e da filosofia na aproximação da criatura ao seu criador, representam para nós os recursos para encontrarmos o verdadeiro caminho da ascensão moral espiritual, porque somos herdeiros da Suprema Sabedoria do Universo.
“A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana: uma revela as leis do mundo material e a outra as do mundo moral. Tendo, no entanto, essas leis o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se fossem a negação uma da outra, uma necessariamente estaria em erro e a outra com a verdade, porquanto Deus não pode pretender a destruição de sua própria obra. A incompatibilidade que se julgou existir entre essas duas ordens de ideias provém apenas de uma observação defeituosa e de excesso de exclusivismo, de um lado e de outro. Daí um conflito que deu origem à incredulidade e à intolerância.(…)
(…) São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo têm de ser completados; em que o véu intencionalmente lançado sobre algumas partes desse ensino tem de ser levantado; em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, tem de levar em conta o elemento espiritual e em que a Religião, deixando de ignorar as leis orgânicas e imutáveis da matéria, como duas forças que são, apoiando-se uma na outra e marchando combinadas, se prestarão mútuo concurso. Então, não mais desmentida pela Ciência, a Religião adquirirá inabalável poder, porque estará de acordo com a razão, já se lhe não podendo mais opor a irresistível lógica dos fatos.
A Ciência e a Religião não puderam, até hoje, entender-se, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, reciprocamente se repeliam. Faltava com que encher o vazio que as separava, um traço de união que as aproximasse. Esse traço de união está no conhecimento das leis que regem o Universo espiritual e suas relações com o mundo corpóreo, leis tão imutáveis quanto as que regem o movimento dos astros e a existência dos seres”. (…) (1)
Para tanto, o arado nos exige trabalho árduo na conquista dos valores inalienáveis da experiência, solicitando de cada um de nós não desprezarmos as oportunidades da hora que passa, aceitando que é preciso abrir a mente para os ideais superiores que dignificam a nossa existência.
Investir na fraternidade, no auxílio ao necessitado, agindo conforme o exemplo daquele que ofertou sua própria vida para a consolidação do amor a Deus e ao próximo para nos servir de modelo a ser seguido, esse o nosso maior desafio.
O conhecimento da doutrina espírita é roteiro para que cada Ser inteligente perceba a importância da fé raciocinada para melhor compreender a perfeição das Leis Naturais, que nos consideram iguais sem qualquer tipo de privilégio para quem quer que seja, independentemente da corrente religiosa que escolhemos para seguir.
O Espiritismo nos ilumina o entendimento a cerca dos benefícios proporcionados pelas verdadeiras virtudes do Espírito imortal para que nos libertemos das algemas milenares que nos mantiveram presos às ilusórias riquezas materiais, que nos escravizam até os dias da atualidade, apresentando-nos o caminho do aperfeiçoamento como impositivo da Lei do Progresso, a caminho da verdadeira liberdade, que é a paz da consciência tranquila pela observação e cumprimento das Perfeitas e Imutáveis Leis Divinas.
Referência:
Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB 112ª edição, Capítulo I – Não Vim Destruir a Lei, item 8.
Francisco Rebouças