“O homem que julga infalível a sua razão está bem perto do erro. Mesmo aqueles, cujas ideias são as mais falsas, se apóiam na sua própria razão e é por isso que rejeitam tudo o que lhes parece impossível.” Fonte: O Livro dos Espíritos, introdução VII.

Espiritismo em Foco

domingo, 22 de maio de 2011

Da Maledicência

A Meada
Irmão X
- A conversação entre as duas jovens senhoras se desenvolvia no ônibus.
- Você não pode imaginar o meu amor por ele...
- Não posso concordar com você.
- Decerto que não me entende.
- Mas, Dulce, você chega a querer o Dionísio, tanto quanto ao marido?
- Não tanto, mas não consigo passar sem os dois.
- Meu Deus! Isso é coisa de casal sem filhos!...
- É possível...
- Você não acha isso estranho, inadmissível?
- Acho natural.
- Noto você demasiadamente apegada, não é justo...
- Sei que você não me compreende...
- Simplesmente não concordo.
- Mas Dionísio...
- Isso é uma psicose...
Dona Dulce e a amiga, no entanto, ignoravam que Dona Lequinha, vizinha de ambas, sentara-se perto e estava de ouvido atento, sem perder palavra.
De parada em parada. Cada uma volveu ao lar suburbano, mas Dona Lequinha, ao chegar em casa, começou a fantasiar... Bem que notara Dona Dulce acompanhada por um moço ao tomar o elétrico, aliás, pessoa de cativante presença. Recordava-lhe as palavras derradeiras: “vá tranqüila, amanhã telefonarei...”
A tragédia, porém, estava consumada e Dona Lequinha, diante do suicida exposto à visitação, comentou, baixinho, para a amiga de lado:
- Que homem precipitado!... Morrer por uma bobagem! A gente fala certas coisas, só por falar!...

Do mal que se pensa e diz,
Cala as notícias que levas.
Conversação infeliz
É pasto à força das trevas.
Lulu Parola

Olhar de alguém, quando é bom,
Além da sombra se apruma,
Vê serviço em qualquer parte,
Não vê mal em parte alguma.

Augusto de Oliveira
Não basta que sua boca esteja perfumada.É imprescindível que permaneça incapaz de ferir.
André Luiz

Livro: Idéias e Ilustrações
Chico Xavier/Diversos Espíritos

Francisco Rebouças
Cabeça quente, vasculhando novidades no ar, aguardou o esposo, colega de serviço do marido de Dona Dulce, e tão logo à mesa, a sós com ele para o jantar, surgiu novo diálogo:
- Você não imagina o que vi hoje...
- Diga, mulher...
- Dona Dulce, calcule você!... Dona Dulce, que sempre nos pareceu uma santa, está de aventuras...
- O quê?!...
- Vi com meus olhos... Um rapagão a seguia mostrando gestos de apaixonado e, por fim, no ônibus, ela própria se confessou a Dona Cecília... Chegou a dizer que não consegue viver sem o marido e sem o outro... Uma calamidade!...
- Ah! Mas isso não fica assim, não! Júlio é meu colega e Júlio vai saber!...
A conversa transitou através de comentários escusos e, no dia imediato, pela manhã, na oficina, o amigo ouve do amigo o desabafo em tom sigiloso:
- Júlio, você me entende... Somos companheiros e não posso enganá-lo... O que vou dizer representa um sacrifício para mim, mas falo para seu bem... Seu nome é limpo demais para ser desrespeitado, como estou vendo... Não posso ficar calado por mais tempo... Sua mulher...
E o esposo escutou a denúncia, longamente cochichada, qual se lhe enterrassem afiada lâmina no peito.
Agradeceu, pálido...
Em seguida, pediu licença ao chefe para ir a casa, alegando um pretexto qualquer. No fundo, porém, ansiava por um entendimento com a esposa, aconselhá-la, saber o que havia de certo.
Deixou o serviço, no rumo do lar e, aí chegando, penetrou a sala, agoniado...
Estacou, de improviso.
A companheira falava, despreocupadamente, ao telefone, no quarto de dormir: “Ah! Sim!...”,
“Não há problema”, “Hoje mesmo”. “Às três horas”... “Meu marido não pode saber...”.
Júlio retrocedeu, à maneira de cão espantado. Sob enorme excitação, tornou à rua. Logo após, notificou na oficina que se achava doente e pretendia medicar-se. Retornou a casa e tentou o almoço, em companhia da mulher que, em vão, procurou fazê-lo sorrir.
Acabrunhado, voltou a perambular pelas vias públicas e, poucos minutos depois das três da tarde, entrou sutilmente no lar... Aflito, mentalmente descontrolado, entreabriu devagarinho a porta do quarto e viu, agora positivamente aterrado, um rapaz em mangas de camisa, a inclinarse sobre o seu próprio leito. De imaginação envenenada, concebeu a pior interpretação...
O pobre operário recusou em delírio e, à noite, foi encontrado morto num pequeno galpão dos fundos. Enforcara-se em desespero...
Só então, ao choro de Dona Dulce, o mexerico foi destrinçado.
Dionísio era apenas o belo gatinho angorá que a desolada senhora criava com estimação imensa; o moço que a seguira até o ônibus era o veterinário, a cujos cuidados profissionais confiara ela o animal doente; o telefonema era baseado na encomenda que Dona Dulce fizera de um colchão de molas, ao gosto moderno, para uma afetuosa surpresa ao marido, e o rapaz que se achava no aposento íntimo do casal era, nem mais nem menos, o empregado da casa de móveis que viera ajustar o colchão referido ao leito de grandes proporções.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Parabéns Professora!

É preciso ter coragem e dignidade para defender a ética e a moral em nosso país.
Veja o que disse a corajosa professora.

http://youtu.be/7iJ0NQziMrc





Francisco Rebouças

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Culto Espírita

“Não penseis que eu tenha vindo destruir a lei ou os profetas: não os vim destruir, mas cumpri-los.” Jesus (Mateus, 5:11).

Assim como o Cristo disse: “Não vim destruir a lei, porém cumpri-la”, também o Espiritismo diz: “Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.” (Cap. 1, item: 7) 1

O Culto Espírita, expressando veneração aos princípios evangélicos que ele mesmo restaura, apela para o íntimo de cada um, a fim de patentear-se.

Ninguém precisa inquirir o modo de nobilitá-lo com mais grandeza, porque reverenciá-lo é conferir-lhe força e substância na própria vida.

Mãe, aceitarás os encargos e os sacrifícios do lar amando e auxiliando a Humanidade, no esposo e nos filhos que a Sabedoria Divina te confiou.

Dirigente, honrarás os dirigidos. Legislador, não farás da autoridade instrumento de opressão. Administrador, respeitarás a posse e o dinheiro, empregando-lhes os recursos no bem de todos, com o devido discernimento. Mestre, ensinarás construindo. Pensador, não torcerás as convicções que te enobrecem.

Cientista, descortinarás caminhos novos, sem degradar a inteligência. Médico, viverás na dignidade da profissão sem negociar com as dores dos semelhantes.

Magistrado, sustentarás a justiça. Advogado, preservarás o direito. Escritor, não molharás a pena no lodo da viciado, nem no veneno da injúria. Poeta, converterás a inspiração em fonte de luz. Orador, cultivarás a verdade. Artista, exaltarás o gênio e a sensibilidade sem corrompê-los.

Chefe, serás humano e generoso, sem fugir à imparcialidade e à razão. Operário, não furtarás o tempo, envilecendo a tarefa.

Lavrador, protegerás a terra. Comerciante, não incentivarás a fome ou o desconforto, a pretexto de lucro. Cobrador de impostos, aplicarás os regulamentos com eqüidade.

Médium, serás sincero e leal aos compromissos que abraças, evitando perverter os talentos do plano espiritual no profissionalismo religioso.

O culto espírita possui um templo vivo em cada consciência na esfera de todos aqueles que lhe esposam as instruções, de conformidade com o ensino de Jesus: “O reino de Deus está dentro de vós” e toda a sua teologia se resume na definição do Evangelho: “a cada um por suas obras” .

A vista disso, prescindindo de convenção pragmática, temos nele o caminho libertador alma, educando-nos raciocínio e sentimento, para que possamos servir na construção do mundo melhor.
1 A presente citação e todas as demais colocadas neste livro, em seguida aos textos evangélicos, forem extraídas de “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, de Allan Kardec. — Nota do Autor espiritual.
Livro: Livro da Esperança
Chico Xavier/Emmanuel
 
Francisco Rebouças

segunda-feira, 9 de maio de 2011

EM TORNO DA PROFISSÃO

 
A sua profissão é privilégio e aprendizado.

Se você puser amor naquilo que faz, para fazer os outros felizes, a sua profissão, em qualquer parte, será sempre um rio de bênçãos.

O seu cliente, em qualquer situação, é semelhante à árvore que produz, em seu favor, respondendo sempre na pauta do tratamento que recebe.

Toda tarefa corretamente exercida é degrau de promoção.

Em tudo aquilo que você faça, na atividade que o Senhor lhe haja concedido, você está colocando o seu retrato espiritual.

Se você busca melhorar-se, melhorando o seu trabalho, guarde a certeza de que o trabalho lhe dará vida melhor.

O essencial em seu êxito não é tanto aquilo que você distribui e sim a maneira pela qual você se decide a servir.

Ninguém procura ninguém para adquirir condenação ou azedume.

Sempre que alguém se queixe de alguém, está criando empeços na própria estrada para o sucesso.

Toda pessoa que serve além do dever, encontrou o caminho para a verdadeira felicidade.

Livro: Sinal Verde
Chico Xavier/André Luiz
 
Francisco Rebouças